29 - A PÁSCOA.


“E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.” João 6:4

 A nossa fé é de origem judaico-cristã, expressão que compõe as duas fases do mesmo plano de Deus para a salvação da humanidade. 

        A celebração da páscoa foi instituída pelo próprio Deus, a mais de 3500 anos, em memória da libertação do povo de Israel dos 400 anos de escravidão no Egito. 

 “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do SENHOR.” Levítico 23:5 

      A palavra “PÁSCOA” vem do termo hebraico “PESSACH” (פסח) e significa “passagem” (passar por cima, passar sobre). E significa a passagem da morte para a vida.

      A narrativa bíblica dos capítulos doze e treze do Livro de Êxodo (“Shemot”, para os hebreus) descreve a origem desta celebração, e com isso também mostra o caráter de Deus e seu amor pelos homens
      Inicialmente Deus se revelou como "O JUIZ", pois naquela noite passaria através do Egito e feriria todo primogênito. Não haveria diferenciação entre homem ou animal; rico ou pobre; Egípcio ou Judeu. O juízo atingiria a todos sem exceção. Deus foi, continua sendo e sempre será o Juiz. Vejamos os ensinamentos do apóstolo Pedro: “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo;” 1 Pedro 2:4. Ainda recordando o ensino do escritor de Hebreus: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Hebreus 9:27

      Todavia, para o juízo divino lá no Egito, havia apenas um escape determinado e provido pelo próprio Deus, que também se revela aos homens como REDENTOR. Esta providência consistia em escolher um cordeiro para ser sacrificado. No versículo três diz que “cada um tomará para si”, ou seja, o sacrifício seria “em lugar de” quem sacrifica. Depois deveriam pegar o sangue do cordeiro e passar na verga (batente) da porta e também em suas ombreiras. Não deveriam sair de casa naquela noite, ou seja, deveriam refugiar-se sob o sangue do cordeiro para, quando o juízo de Deus viesse, ele passaria por cima, “pessach” - páscoa, e somente assim escapariam do juízo e da morte.

      Tudo isso prefigurava a missão de Cristo em favor de toda a humanidade, conforme identificado por João Batista: “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Jesus Cristo não só realizou, mas foi o próprio sacrifício da páscoa, como salientou o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Corinto: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” 1 Coríntios 5:21.

      A ressurreição de Cristo é a páscoa que comemoramos, o túmulo vazio aquece nosso coração e sustenta a nossa fé, pois onde não há a presença do cordeiro, o juízo é aplicado. Se o povo hebreu sacrificasse outra coisa em lugar do cordeiro, de nada valeria, e se confiasse na sua própria justiça e pintasse as portas com tinta vermelha, seria uma simulação inútil e não funcionaria. A importância da Ressurreição de Cristo se dá, porque ela:
- Confirma a eficácia da sua morte substitutiva. Ele era verdadeiramente o cordeiro escolhido de Deus.
- Demonstra que Jesus era o Cristo – o Messias prometido.
- Demonstra o endosso Divino, à pessoa e à obra, ou seja, Jesus era o único que servia aos propósitos de Deus para a Salvação e sua obra redentora foi aceita.

      Se Jesus permanecesse morto, se não tivesse sido levantado dos mortos pelo poder de Deus, nossa fé e pregação seriam inúteis e continuaríamos à mercê do juízo, conforme evidenciado pela carta do apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.” 1 Coríntios 15:14 a 17.

       Vale ainda destacar que a ressurreição de CRISTO não foi como a de Lázaro, que tornou a morrer, mas Jesus inaugurou a ressurreição em glória, ou seja, inaugurou a transposição para a nova e definitiva natureza em novo corpo glorificado, confirmando as promessas de que a vida continuará por toda a eternidade ao lado de Deus. E, como diz as Escrituras Sagradas, todo aquele que o recebe com Senhor e Salvador também experimentará esta transformação, assim como descrito por Paulo aos cristãos da cidade de Filipos: “Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” Filipenses 3:21.


       Portanto, é isso que comemoramos na páscoa, não somos meros espectadores de uma festa ou ritual “judaico-cristão”, pois esta é também a NOSSA páscoa - “pessach”, e nela participamos como redimidos do juízo de Deus, pela morte substitutiva do Senhor Jesus Cristo. Assim, não permita que nada, nem ninguém, roube o verdadeiro significado de sua páscoa.

Um comentário:

  1. Luis , que bom voce ter escrito sobre a páscoa.
    É bom lembrarmos de todo o significado dela! Obrigada

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